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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Lixo extraordinário - o documentário

(Direção: Lucy Walker, João Jardim, Karen Harley. Brasil/Reino Unido, 2010, 90min.)

Sandro Luis Fernandes

Como pode o lixo ser extraordinário? Esta é a pergunta que me fiz antes de apreciar o filme. Mas a questão é: o lixo não é NADA, são as pessoas que são o que são.

Primeiro pensei. Rio de Janeiro, cidade sede das Olimpíadas de 2016 e cidade importante da copa de 2014, ainda não separa o lixo. Tudo (inclusive o reciclável) vai para o aterro no Jardim Gramacho (Duque de Caxias – RJ). Achei isto descabido para cidade que tem (tinha?) título de CIDADE MARAVILHOSA.

Mas o desenrolar da narrativa do filme me fez o tempo todo pensar em arte. O que é? Como as pessoas se relacionam? Como se produz?

O filme, obra ímpar, destaca elementos do cotidiano e os torna poéticos e significativos. E a obra do artista Vik Muniz construída coletivamente interfere intensa e eticamente no cotidiano de pessoas. As preocupações sociais e éticas valorizam ainda mais a obra que pode ganhar o OSCAR.

Claro está que pensei muito depois do filme. O que faço pela humanidade? A humanidade precisa de mim? Existe humanidade, no sentido de nos sentirmos humanos e uma comunidade? Não sei, mas conscientemente me senti tocado e motivado. Depois de tudo isto, pelo menos eu separo o lixo. E felizmente na minha cidade tem catadores e usina de reciclagem (Usina de valorização de rejeitos de Campo Magro – PR).

Sei que é só um paliativo, mas consumir menos, ser menos individualista e consciente da nossa humanidade são as saídas para melhorar NOSSA VIDA. Mas estas metas não estão nos planos do capitalismo atual.

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