Páginas

domingo, 27 de março de 2011

Curitiba: mais um aniversário da cidade na vida de cidadãos ilustres

Passei a morar em Curitiba (1993) quando a cidade comemorava seus 300 anos (Festança do Greca!). O que chamou atenção do então jovem chegado do interior (Guarapuava e Maringá) foi a diversidade de manifestações artísticas no cotidiano, multiplicadas pelo evento que se tornou tradição no fim de março.

Meu desenvolvimento estético e artístico foi aprimorado em Curitiba. Fiz aula de capoeira angola, dança afro, técnica de Alexander, estudos de percussão, participei do Grupo Fato e vários oficinas no Festival de MPB, além de estudos esporádicos de canto e música. Já desenvolvi projetos de ensino por toda a cidade (parceria com Prefeitura e o projeto Escola e Universidade). Além disto, me especializei em ensino de história, estudos da cultura e do cinema no ensino.

Atualmente sou representante de Santa Felicidade no Conselho Municipal de Cultura. Mas fiz o texto não para falar de mim, mas uma homenagem a Curitiba. E nesta homenagem apresentar e enaltecer dois curitibanos ilustres: meus filhos. E eles são o que são, culturalmente falando, por terem vivido em Curitiba.

O Léo Orun virou cantor e violonista. Amador por enquanto. Já fez teatro, participou de coral, já competiu em festivais, até gravou jingle para o Beto Richa na primeira eleição para prefeito (mas a música não foi para a campanha).

O Pedro Okan com trajetória parecida faz teatro, arranha muito bem um violão, e já está um excelente baterista (um pouco de influência do bisavô guarapuavano). Também já participou de coral, mas só agora arrisca soltar a voz solo.

Dá muito orgulho ver e ouvir, estes curitibanos, com sua banda Skambo (por enquanto), que também tem um curitibano ilustre: Francisco Sandmann.

Mas e o aniversário de Curitiba? O Pedro Okan fará sua estréia como ator no Festival de Curitiba este ano. Encenando a peça O Sumitério da companhia Estupefata o piá homenageia sua cidade natal no dia 30/03: feliz aniversário cultural para Curitiba.

sábado, 19 de março de 2011

FAXINAL DO CÉU: Relato de experiência com alfabetizadores

Sandro Luis Fernandes

Gosto de ter experiências de trabalho para sair da rotina. Faço cursos distantes da minha área profissional, por exemplo, já fiz curso de história da pintura do século XX; de vez em quando canto e toco percussão; faço peças rudimentares de marcenaria; jardinagem ajuda a relaxar; também me arrisco em atividades de pedreiro: aterros, escadas, calçadas e até instalei vaso sanitário. Claro que tudo isso em momentos distintos, incluindo as férias. É bom sair da rotina, e ver as coisas de maneira diferente e principalmente desenvolver raciocínios a partir de outros pontos de vista.

Em 2009 tive um trabalho diferente. Apesar de estar ligado à minha profissão, dei aula num lugar diferente, para público diferente e sobre tema distante das minhas atividades profissionais diárias, mas apaixonante. Por isso considero, apesar de ministrar aula. A atividade em Faxinal do céu... Aliás, lugar que deve estar próximo do paraíso, apesar do frio. No planalto paranaense próximo a Guarapuava. Dá para dizer que parece um bairro, foi feito pela Copel na época da construção da Usina hidrelétrica de Segredo, hoje local de encontros de educadores. Neste espaço impar, encontrei paranaenses de todos os cantos. Sotaques diversos apesar da proximidade, buscavam saídas para o problema em destaque: alfabetização.

Sobre a atividade: aula para alfabetizadores do programa Paraná Alfabetizado. Envolvimento com muitas pessoas que fazem a diferenças para parte da população excluída do Brasil (segundo os últimos dados há 10% de analfabetos no Brasil). Em trabalho de formação política fácil, pois todos (a maioria mulheres) já fazem ação política com desenvoltura, pois levam novas possibilidades de intervenção social a muitas pessoas. A minha parte era desenvolver habilidades de leitura mais críticas e políticas para os alfabetizadores.

Foi espaço de muito compartilhamento de experiências, de muita vontade e esperança. Renovado, e mesmo antes de ser convidado, com muita vontade de voltar. O envolvimento político que não sentia há tempo, desde a época de atividades jornalísticas no ensino médio e envolvimento político na faculdade, senti novamente. Emoção e esperanças desde o primeiro dia (foram quatro) desde as apresentações artísticas até os cafezinhos e saídas noturnas.

domingo, 6 de março de 2011

Aline(s)

Sandro Luis Fernandes

Aline é um dos nomes que mais falo diariamente. Além é claro de Pedro e Léo (filhos).

O nome da minha cachorra é Aline. Não é um desafeto a alguma Aline. Pelo contrário é uma homenagem ao Adão Iturrusgarai. Isto é influência do meu amigo/cumpadre Guto que sempre coloca nomes de personagens de gibis/tiras em seus cães. Dele ganhamos a Rita (homenagem à Ritanajura namorada do Jotalhão), que morreu tragicamente. Depois disso pegamos a Aline de uma ninhada de adoção (SRD ou no popular vira-lata, guaipeca ou jaguara) sua avó era poodle, sua mãe... Seu pai...

Bem, quero falar de coincidência: a Aline é parecida com as duas homônimas famosas (a da mini-série e a das tirinhas). Ansiosa, mas também tudo pode ser levado na brincadeira. A maior diferença da minha Aline é que ela é castrada. Hehehehe. Apesar de que adora brincar com cachorros de qualquer tamanho e raça. Outra coincidência!!!

Mas além da Aline (cadelinha). Assistindo Aline (na globo), notei que a mini-série 2011 tá diferente. Tem clipes (o que ficou bem legal, bem produzido, com excelente arranjos e versões). E isto me fez refletir. Boas produções audiovisuais sempre fazem isto comigo.

E pensando na Aline da Maria Flor lembrei minha sobrinha (http://sicamodaalternativa.tumblr.com/). Na verdade lembro-me da geração dela. Fico perguntando o que a geração Aline quer??? Ser feliz! Profissional e afetivamente.

A minha geração não queria isso diretamente. Tava mais preocupada com a política e questões dos direitos sociais. Não que esta geração não esteja. Esta é a impressão que tenho. Não acho isto bom nem ruim.

Eu queria consertar o mundo começando pelos outros, me filiei ao PT, era socialista (algo incompatível hoje). Fui da pastoral da juventude. Participei de passeatas (até da Romaria da terra). Fui de diretório acadêmico. Fiz jornal estudantil. Era ativo politicamente. Claro que minha experiência não reflete minha geração. Mas era esse o ambiente em que eu vivia.

Eu só via este ambiente. Agora, professor e observador (nas horas vagas). Vejo outro ambiente construído pelos jovens. Diversão, amor e cuidado profissional. Parece-me que as Alines querem ter uma vida boa. E a política... E a ecologia... E o ambiente... Sei lá? É papo para uma pesquisa, outro texto.

http://www.youtube.com/watch?v=_Nb_r4ibzuQ&feature=related