segunda-feira, 10 de outubro de 2011
sábado, 27 de agosto de 2011
O lanterna verde e o brasil amarelo
Sei que a intenção do filme não é tratar do Brasil, mas após assisti-lo pensei na contradição brasileira. No filme o verde (vontade) é o bem e o amarelo (medo). O filme não traz nada de novo. Efeitos espetaculares, roteiro previsível, mas um bom entretenimento.
No Brasil o verde é a riqueza da flora e o amarelo a riqueza. Mas também pode ser o verde da natureza e o amarelo da riqueza capitalista. Não sei por que pensei isto? Mas pensei... Neste raciocínio, eu acho que um dos problemas do Brasil é a nossa falta de capacidade de lidar com a riqueza, e neste sentido, consideramos o dinheiro fundamental mas nem todos tem acesso às oportunidades de consegui-lo. E assim, a exclusão e o medo são crescentes. Medo de não conseguir espaço social ou medo de perder. Perder patrimônio.
O medo de perder o conforto ou a estabilidade nos imobiliza...
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
domingo, 31 de julho de 2011
Indústria cultural e GLEE: o sucesso
Sandro Luis Fernandes
Uma das intenções da indústria cultural é produzir cultura para o consumo. Quando acerta a mão muita gente ganha dinheiro com isso. Lembro dos Menudos, Rouge, Backstreet Boys, Spice Girls e tantos outros grupos e bandas montados para atingir determinado nicho de mercado, ou seja, fazer o que o consumidor quer consumir.
Claro que não é preciso ser “montado” para criar nas graças do consumo: Rolling Stones, Beatles, U2, Legião Urbana também fazem parte da Indústria Cultural. A qual lembrando Walter Benjamin se aproveitou da facilidade da reprodutibilidade técnica das obras de arte. Só que, ainda lembrando desta facilidade, atualmente qualquer um produz o que quiser e como quiser, artisticamente falando, mas cai no problema da distribuição e produção de shows que ainda “pertence” à indústria da cultura.
E o que tudo isto tem a ver com o seriado teen da moda produzido nos EUA: GLEE???
Fico pensando nos jovens que foram contratados para fazer parte do elenco que me parece representam eles mesmos. Adolescentes talentosos que queriam demonstrar suas habilidades e fazer sucesso. Conseguiram. Só que o produto criado rendeu tanto que agora eles fazem shows representando seus personagens. Fiquei pensando que isto seria frustrante, ou seja, se faz sucesso representando um personagem mesmo fora do espaço do seriado. Mas no fim das contas não é o que todo artista dentro da lógica industrial faz: A Madonna é todo dia a estrela que ela representa?
E juntando tudo isso tem o que? O mesmo de sempre. Um grupo formado para atender uma demanda, ou no caso do Glee para atender um espaço criado pela própria Indústria “sem querer”. Será??
Os atores interpretam personagens que fazem sucesso. Que é o que eles, em princípio queriam. Isto é estranho? Não sei. Pode ser. Mas no fim das contas é o que acontece e aconteceu com as bandas citadas no início. E que alguns não suportam, que acho que é caso da Amy Winehouse. A produção industrial sufoca e alguns tentam fugir disso.
Observação importante: “"Glee 3D", que tem a direção de Kevin Tancharoen e no elenco os atores da série de TV, chega aos cinemas norte-americanos no dia 12 de agosto. E tem previsão para chegar ao Brasil no dia 16 de setembro.” (fonte: http://www.sidneyrezende.com/noticia/139318+glee+3d+tera+homenagem+para+amy+winehouse)
quinta-feira, 30 de junho de 2011
O inverno até que enfim: fogão a lenha e sustentabilidade
Viver num ambiente frio é mais agradável. Eu produzo mais, fico mais tempo no meu escritório. Observo mais as árvores da minha casa e fotografo passarinhos que sobem da serra do mar para comer no planalto (saíra-preciosa e sanhaçu-papa-lararanja me visitaram neste inverno).
Além disto, acendo mais o fogão a lenha. Aliás, esta é uma preocupação constante: acender o fogão a lenha! Será que estou economizando gás? Será que é correto queimar lenha?
Depois de algum tempo pensando nisto, tomei uma atitude.
Lembrando de um período de vacas magras em que estávamos com frio e fomos pegar madeira de resto de construções. Passei a pensar objetivamente nisto. Lembrei também da minha mãe em Guarapuava que catava lenha no mato para levar para casa. Anos 50 e 60 em que havia matas perto da casa do meu avô (eles não cortavam lenha apenas pegavam os pedaços caídos no chão – ecologicamente correto sem saber).
Daí, pensando em sustentabilidade, coloco fogo no fogão sem muito remorso. Afinal tenho catado lenha (madeira refugada nas construções) aqui perto da minha casa (São Braz – Curitiba – Paraná – Brasil) que com esta febre de fazer casa nova em Curitiba tem de montão. Percebi que não sou só eu que faço isto, passa regularmente um caminhão que também cata madeira. Eu pego de carrinho de mão. Mais ecológico e saudável impossível.
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Confraria dos professores carecas II
domingo, 27 de março de 2011
Curitiba: mais um aniversário da cidade na vida de cidadãos ilustres
Passei a morar em Curitiba (1993) quando a cidade comemorava seus 300 anos (Festança do Greca!). O que chamou atenção do então jovem chegado do interior (Guarapuava e Maringá) foi a diversidade de manifestações artísticas no cotidiano, multiplicadas pelo evento que se tornou tradição no fim de março.
Meu desenvolvimento estético e artístico foi aprimorado em Curitiba. Fiz aula de capoeira angola, dança afro, técnica de Alexander, estudos de percussão, participei do Grupo Fato e vários oficinas no Festival de MPB, além de estudos esporádicos de canto e música. Já desenvolvi projetos de ensino por toda a cidade (parceria com Prefeitura e o projeto Escola e Universidade). Além disto, me especializei em ensino de história, estudos da cultura e do cinema no ensino.
Atualmente sou representante de Santa Felicidade no Conselho Municipal de Cultura. Mas fiz o texto não para falar de mim, mas uma homenagem a Curitiba. E nesta homenagem apresentar e enaltecer dois curitibanos ilustres: meus filhos. E eles são o que são, culturalmente falando, por terem vivido em Curitiba.
O Léo Orun virou cantor e violonista. Amador por enquanto. Já fez teatro, participou de coral, já competiu em festivais, até gravou jingle para o Beto Richa na primeira eleição para prefeito (mas a música não foi para a campanha).
O Pedro Okan com trajetória parecida faz teatro, arranha muito bem um violão, e já está um excelente baterista (um pouco de influência do bisavô guarapuavano). Também já participou de coral, mas só agora arrisca soltar a voz solo.
Dá muito orgulho ver e ouvir, estes curitibanos, com sua banda Skambo (por enquanto), que também tem um curitibano ilustre: Francisco Sandmann.
Mas e o aniversário de Curitiba? O Pedro Okan fará sua estréia como ator no Festival de Curitiba este ano. Encenando a peça O Sumitério da companhia Estupefata o piá homenageia sua cidade natal no dia 30/03: feliz aniversário cultural para Curitiba.
sábado, 19 de março de 2011
FAXINAL DO CÉU: Relato de experiência com alfabetizadores
Sandro Luis Fernandes
Gosto de ter experiências de trabalho para sair da rotina. Faço cursos distantes da minha área profissional, por exemplo, já fiz curso de história da pintura do século XX; de vez em quando canto e toco percussão; faço peças rudimentares de marcenaria; jardinagem ajuda a relaxar; também me arrisco em atividades de pedreiro: aterros, escadas, calçadas e até instalei vaso sanitário. Claro que tudo isso em momentos distintos, incluindo as férias. É bom sair da rotina, e ver as coisas de maneira diferente e principalmente desenvolver raciocínios a partir de outros pontos de vista.
Em 2009 tive um trabalho diferente. Apesar de estar ligado à minha profissão, dei aula num lugar diferente, para público diferente e sobre tema distante das minhas atividades profissionais diárias, mas apaixonante. Por isso considero, apesar de ministrar aula. A atividade em Faxinal do céu... Aliás, lugar que deve estar próximo do paraíso, apesar do frio. No planalto paranaense próximo a Guarapuava. Dá para dizer que parece um bairro, foi feito pela Copel na época da construção da Usina hidrelétrica de Segredo, hoje local de encontros de educadores. Neste espaço impar, encontrei paranaenses de todos os cantos. Sotaques diversos apesar da proximidade, buscavam saídas para o problema em destaque: alfabetização.
Sobre a atividade: aula para alfabetizadores do programa Paraná Alfabetizado. Envolvimento com muitas pessoas que fazem a diferenças para parte da população excluída do Brasil (segundo os últimos dados há 10% de analfabetos no Brasil). Em trabalho de formação política fácil, pois todos (a maioria mulheres) já fazem ação política com desenvoltura, pois levam novas possibilidades de intervenção social a muitas pessoas. A minha parte era desenvolver habilidades de leitura mais críticas e políticas para os alfabetizadores.
Foi espaço de muito compartilhamento de experiências, de muita vontade e esperança. Renovado, e mesmo antes de ser convidado, com muita vontade de voltar. O envolvimento político que não sentia há tempo, desde a época de atividades jornalísticas no ensino médio e envolvimento político na faculdade, senti novamente. Emoção e esperanças desde o primeiro dia (foram quatro) desde as apresentações artísticas até os cafezinhos e saídas noturnas.
domingo, 6 de março de 2011
Aline(s)
Sandro Luis Fernandes
Aline é um dos nomes que mais falo diariamente. Além é claro de Pedro e Léo (filhos).
O nome da minha cachorra é Aline. Não é um desafeto a alguma Aline. Pelo contrário é uma homenagem ao Adão Iturrusgarai. Isto é influência do meu amigo/cumpadre Guto que sempre coloca nomes de personagens de gibis/tiras em seus cães. Dele ganhamos a Rita (homenagem à Ritanajura namorada do Jotalhão), que morreu tragicamente. Depois disso pegamos a Aline de uma ninhada de adoção (SRD ou no popular vira-lata, guaipeca ou jaguara) sua avó era poodle, sua mãe... Seu pai...
Bem, quero falar de coincidência: a Aline é parecida com as duas homônimas famosas (a da mini-série e a das tirinhas). Ansiosa, mas também tudo pode ser levado na brincadeira. A maior diferença da minha Aline é que ela é castrada. Hehehehe. Apesar de que adora brincar com cachorros de qualquer tamanho e raça. Outra coincidência!!!
Mas além da Aline (cadelinha). Assistindo Aline (na globo), notei que a mini-série 2011 tá diferente. Tem clipes (o que ficou bem legal, bem produzido, com excelente arranjos e versões). E isto me fez refletir. Boas produções audiovisuais sempre fazem isto comigo.
E pensando na Aline da Maria Flor lembrei minha sobrinha (http://sicamodaalternativa.tumblr.com/). Na verdade lembro-me da geração dela. Fico perguntando o que a geração Aline quer??? Ser feliz! Profissional e afetivamente.
A minha geração não queria isso diretamente. Tava mais preocupada com a política e questões dos direitos sociais. Não que esta geração não esteja. Esta é a impressão que tenho. Não acho isto bom nem ruim.
Eu queria consertar o mundo começando pelos outros, me filiei ao PT, era socialista (algo incompatível hoje). Fui da pastoral da juventude. Participei de passeatas (até da Romaria da terra). Fui de diretório acadêmico. Fiz jornal estudantil. Era ativo politicamente. Claro que minha experiência não reflete minha geração. Mas era esse o ambiente em que eu vivia.
Eu só via este ambiente. Agora, professor e observador (nas horas vagas). Vejo outro ambiente construído pelos jovens. Diversão, amor e cuidado profissional. Parece-me que as Alines querem ter uma vida boa. E a política... E a ecologia... E o ambiente... Sei lá? É papo para uma pesquisa, outro texto.
http://www.youtube.com/watch?v=_Nb_r4ibzuQ&feature=related
sábado, 26 de fevereiro de 2011
Confraria dos professores carecas
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Virtualidade real
Sandro Luis Fernandes
Semana passada estava gravando um CD (coletânea) para crianças (Mumu, Juju e Bepe). Num devaneio lembrei que isto não poderá ser desgravado. Mesmo que seja apagado de alguma forma ou perdido há vários registros virtuais destas canções. Uma lembrança que fica, e como fica, no mundo virtual. Daí pensei que atualmente somos tentados a não guardar nada fisicamente.
Tudo pode ser arquivado virtualmente: canções, imagens, dinheiro, confissões, textos, sensações, amigos... Em princípio acho bom, ecologicamente correto. Mas não fica descartável? Ou não fica sem significado muito facilmente? Nada precisa ser guardado?
Meu filho nem coloca nomes nos CDs que ele grava para ouvir no carro, e eu fazia sequências de músicas em fitas K7 e colocava nome em tudo... Sei lá. Mania de historiador. Mas eu sentia que aquelas canções faziam parte da minha vida tinham que ser guardadas.
Saudosista e materialista! Eu? Acho que sim.
Também me preocupo, infantilmente, qual nossa capacidade de guardar tudo virtualmente?
Sei lá, mas quero confiar na equipe do Google e Microsoft, mas... Ainda são humanos.
Enquanto isto, segue mais um texto, mesmo não sendo muito bom, para ser guardado para a eternidade (pelo menos da humanidade virtual).
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Lixo extraordinário - o documentário
(Direção: Lucy Walker, João Jardim, Karen Harley. Brasil/Reino Unido, 2010, 90min.)
Sandro Luis Fernandes
Como pode o lixo ser extraordinário? Esta é a pergunta que me fiz antes de apreciar o filme. Mas a questão é: o lixo não é NADA, são as pessoas que são o que são.
Primeiro pensei. Rio de Janeiro, cidade sede das Olimpíadas de 2016 e cidade importante da copa de 2014, ainda não separa o lixo. Tudo (inclusive o reciclável) vai para o aterro no Jardim Gramacho (Duque de Caxias – RJ). Achei isto descabido para cidade que tem (tinha?) título de CIDADE MARAVILHOSA.
Mas o desenrolar da narrativa do filme me fez o tempo todo pensar em arte. O que é? Como as pessoas se relacionam? Como se produz?
O filme, obra ímpar, destaca elementos do cotidiano e os torna poéticos e significativos. E a obra do artista Vik Muniz construída coletivamente interfere intensa e eticamente no cotidiano de pessoas. As preocupações sociais e éticas valorizam ainda mais a obra que pode ganhar o OSCAR.
Claro está que pensei muito depois do filme. O que faço pela humanidade? A humanidade precisa de mim? Existe humanidade, no sentido de nos sentirmos humanos e uma comunidade? Não sei, mas conscientemente me senti tocado e motivado. Depois de tudo isto, pelo menos eu separo o lixo. E felizmente na minha cidade tem catadores e usina de reciclagem (Usina de valorização de rejeitos de Campo Magro – PR).
Sei que é só um paliativo, mas consumir menos, ser menos individualista e consciente da nossa humanidade são as saídas para melhorar NOSSA VIDA. Mas estas metas não estão nos planos do capitalismo atual.