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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Virtualidade real


Sandro Luis Fernandes

Semana passada estava gravando um CD (coletânea) para crianças (Mumu, Juju e Bepe). Num devaneio lembrei que isto não poderá ser desgravado. Mesmo que seja apagado de alguma forma ou perdido há vários registros virtuais destas canções. Uma lembrança que fica, e como fica, no mundo virtual. Daí pensei que atualmente somos tentados a não guardar nada fisicamente.

Tudo pode ser arquivado virtualmente: canções, imagens, dinheiro, confissões, textos, sensações, amigos... Em princípio acho bom, ecologicamente correto. Mas não fica descartável? Ou não fica sem significado muito facilmente? Nada precisa ser guardado?

Meu filho nem coloca nomes nos CDs que ele grava para ouvir no carro, e eu fazia sequências de músicas em fitas K7 e colocava nome em tudo... Sei lá. Mania de historiador. Mas eu sentia que aquelas canções faziam parte da minha vida tinham que ser guardadas.

Saudosista e materialista! Eu? Acho que sim.

Também me preocupo, infantilmente, qual nossa capacidade de guardar tudo virtualmente?

Sei lá, mas quero confiar na equipe do Google e Microsoft, mas... Ainda são humanos.

Enquanto isto, segue mais um texto, mesmo não sendo muito bom, para ser guardado para a eternidade (pelo menos da humanidade virtual).

2 comentários:

  1. Também tenho receio dessa memória virtual, surtar, e sofrer de Mal de 'Ausaimer'.

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  2. Para nossa geração, tudo é perca de tempo. Até colocar nomes em CD. As vezes, irrita, minha vó quem o diga com seus 1000 cd's do Roberto Carlos no qual gravei uns 5 iguais.
    As vezes me pergunto: Que tempo é esse? Nós jovens pedimos tempo para quê? Um mundo melhor? Acho que não, isto é utópico para todos.
    Como diz o fabuloso Humberto Gessinger: a vida é uma longa espera do nada.

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